dezembro 06, 2017

Trumpalhices





Ao toque de saída corríamos que nem loucos pelos corredores, atravessávamos os pátios até ao arvoredo que ainda hoje circunda o Liceu e ocupávamos a árvore que nos pertencia.  Deve ter sido numa dessas fugas que ia abalroando a prof. de Ciências Naturais, a avantajada senhora que percorria os corredores carregada de pastas.

Naquele tempo brincávamos às guerras.  Eu escolhia ser índia. No meu cói, a árvore mais alta junto ao gradeamento, guardava armas imaginárias – arcos e flechas múltiplas além de penas para os cabelos. Estes símbolos de força da tribo  protegiam-nos dos meliantes ,os cowboys.

Que lástima não ter conhecido Donald Trump nessa época – ele era bem capaz de ter sido meu inimigo, de ter inventado pedras da calçada para desfazer as minhas penas, podia até ter deixado marcas ensanguentadas no pescoço de alguns – mas a catarse do predador, do guerreiro, trataria de o curar –  para que o mundo amanhecesse em paz. 

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