Ao toque de saída corríamos que nem loucos pelos corredores,
atravessávamos os pátios até ao arvoredo que ainda hoje circunda o Liceu e ocupávamos
a árvore que nos pertencia. Deve ter
sido numa dessas fugas que ia abalroando a prof. de Ciências Naturais, a
avantajada senhora que percorria os corredores carregada de pastas.
Naquele tempo brincávamos às guerras. Eu escolhia ser índia. No meu cói, a árvore
mais alta junto ao gradeamento, guardava armas imaginárias – arcos e flechas
múltiplas além de penas para os cabelos. Estes símbolos de força da tribo protegiam-nos dos meliantes ,os cowboys.
Que lástima não ter conhecido Donald Trump nessa época – ele era bem capaz de ter sido meu inimigo,
de ter inventado pedras da calçada para desfazer as minhas penas, podia até ter
deixado marcas ensanguentadas no pescoço de alguns – mas a catarse do predador,
do guerreiro, trataria de o curar – para que o mundo amanhecesse em paz.
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