- Os preços estão pela hora da morte. - Este país não é para velhos – dois enunciados linguísticos a não escolher no contexto do Portugal dos anos 60- 70.Neste tempo qualquer criança sabia que era mais prudente ficar caladinho do que falar
sobre certos assuntos na via pública ou à mesa de café. Até em família as
paredes tinham ouvidos.
Lá em casa usavam a expressão «uma
palavra no ar» acompanhada de uma entoação reticente a significar cuidado com as palavras.
Mas nem tudo se perde, pelo contrário, tudo se
transforma.
Uma «palavra no ar…» era escutada e sobre ela nada se perguntava, mas no fundo de si mesmo qualquer ser a partir dos 6, 7 anitos se habituava a imaginar um contexto significativo para a palavra proibida.
Começámos bem cedo a utilizar a pergunta que James Wood recomenda a qualquer ficcionista – what if ? Pois era, era assim que inventávamos explicações, histórias impossíveis, hilariantes, a partir de “uma palavra no ar”. Ainda hoje tenho este vício.
Começámos bem cedo a utilizar a pergunta que James Wood recomenda a qualquer ficcionista – what if ? Pois era, era assim que inventávamos explicações, histórias impossíveis, hilariantes, a partir de “uma palavra no ar”. Ainda hoje tenho este vício.
How Fiction Works by James Wood
My rating: 4 of 5 stars
In spite of having problems with trusting " critics" and criticism I' m enjoying this book a lot.I found myself reexamining everything I've learnt on literature and writing.I've realized that what I thought I knew on these subjects is far from being enough. I found myself restudying about nouveau roman and interested in answering the question - What next?A good book is not only one that gives me more information, but one that makes me ask questions and try to find my own answer.
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