O CARTAZ VERMELHO
Não pediram nem glória, nem lágrimas,
Nem música, nem orações!
Já passaram 11 anos! Como passam depressa 11 anos!
Apenas usaram as suas armas,
E não se deixaram cegar pelo medo da morte!
Puseram as suas caras na paredes das cidades,
Caras ameaçadoras, negras, barba hirsuta!
O cartaz parecia uma mancha de sangue
E como os seus nomes eram difíceis de pronunciar,
Pretendeu tirar-se daí um efeito de medo e horror sobre quem passava!
Ninguém parecia vê-los! Especialmente os franceses!
As pessoas passavam sem sequer os olhar!
Mas durante o “recolher obrigatório”,
mãos trémulas escreveram sobre a sua foto: MORTOS PELA FRANÇA!
E, por causa disso, passaram a ser diferentes as manhãs!
Tudo tinha a cor uniforme da geada!
Naquele fim de Fevereiro dos vossos últimos momentos!
Foi então que um de vós disse calmamente:
Felicidade para todos, felicidade para os que vão sobreviver!
Morro sem ódio pelo povo alemão!
Adeus dor, adeus prazer, adeus rosas!
Adeus vida, adeus à luz e ao vento!
Tu, Maria, sê feliz e pensa em mim muitas vezes!
Tu
que vais continuar na beleza das coisas,
Quando
para mim tudo acabar daqui a pouco em Érivan!
Um
imenso sol de inverno ilumina as colinas,
Como
a natureza é bela e como se me parte o coração!
Mas
a justiça triunfará sobre o nosso sacrifício!
Minha
Meliné, minha orfãzinha, peço-te que vivas,
Que
vivas e que tenhas um filhinho!
Eram
23, quando as armas fizeram fogo!
Eram
23 que deram o seu coração antes do tempo,
Eram
23 estrangeiros e, apesar disso, nossos irmãos!Eram 23 que morreram cheios de amor pela vida!
Eram 23 que gritaram: VIVA A FRANÇA! Enquanto tombavam!
Sempre haverá quem resista.Por mail me chega esta tradução de Anibal Pereira.
Sem comentários:
Enviar um comentário