A língua
portuguesa mais perto de Pessoa e de Camões que já tenho escutado. Porque este
português mesclado, inventado e reinventado a cada passo por sons e ritmos que
sabem bem, mesmo bem, melhor ainda ao ritmo destas paragens de ardências de sóis
alentejanos, o mais perto de áfrica que temos por aqui.
Apetece é entrar na onda,
na música escaldante desta escrita, comungar uma resposta – minha alma se
emprenhou de você, como se nunca eu tivesse lido tanta poesia na vida, tanta
alma de mulher e de homem doentes, porque vivos, sofredores, que uns com os
outros se matam, se fornicam, se amam como todo o amor pode ser, fatal.
-Aqui
é que é o inferno, como ouvi tantas vezes dizer. Um inferno de algodão doce.
Mia
não é um escritor, nem biólogo. A caminho de ser médico é muito capaz de ter
entendido como isso não lhe bastava, ser um feiticeiro do sistema. Mia é bem
mais que isso, ele é um mágico, um artesão das palavras, um escultor de almas.
Como
a de Maria Metade, a mulher de Seis, a que nunca foi, “ nunca fui eu, nem dona, nem senhora.” , a que desconcebeu e “ sendo metade, sofria
pelo dobro. ”, a que convida o “doutor escritor” a sentar-se a seu lado, a ver
como o homem dela finalmente a olha nos olhos “ Só para mim, só
para mim, só.”
Quem
me dera ser , nem que fosse apenas a
Metade, a mulher de Seis, pra você me mandar meia carta . Só para mim.
Sem comentários:
Enviar um comentário