Cada vez mais noite quando
acordas neste setembro a fingir de pino de verão. Do sono irrequieto em que
abraças gente que há muito não vês, e não sabes, do abraço, se é de chegada ou
de partida.
Lá longe , alguém que te faz falta, um
recém-nascido abandonado, a criança
pequena a ser tratada na inevitabilidade de um destino – se ficas tratam de ti,
se te levo comigo ainda morres. Estás a
pensar no manuscrito, mas é o olhar do médico que não te larga, os olhos verde-
escuro cor de musgo, e tu a olhares para esses olhos, a tentar ver o futuro, e
os olhos dele cheios de água, sem coragem para to explicar.
E ficou, o texto ficou , à porta
de algum convento que não conheces, nalguma caixa de correio sobrelotada, mas
entre deixar-te partir ou ficares em casa, preso e sem tratamento, que podia eu
fazer por ti?
maria joão carrilho
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