fevereiro 12, 2016

Arte na Mapa




Estas pedras podiam ter sido colocadas aqui de outra maneira. O grupo escultórico pressupõe uma escolha de quem as alinhou? Contém ou não uma intenção?

Para onde a Mapa nos leva nunca se sabe  –   a vantagem do improviso, de não se saber bem ao que se vai em cada tertúlia de quinta-feira.  
 Ontem, depois de textos de Alberto Pimenta e de Pedro Castro Henriques, com pausas musicais de João Paulo Oliveira, o Luís festejou - Praça do Império, obrigada, Luís!
Palavra puxa palavra, já que estávamos em África, a discussão foi alimentando a noite, sobre o Império, colonialismos . Nomeadamente a  arte africana – segunda grande paixão de um dos presentes, o Carlos, que se diz ajuntador e não coleccionador. Arte, a velha questão. – O que é que define um objecto artístico? Olhámos os quadros expostos na parede de Carmo Romão, mais uma vez não consegui tirar os olhos de um deles – a rapariga das tranças – pelo qual sinto uma atracção fatal e que terá sido executado por um dos alunos da Mapa. Entretanto a conversa ia animando por caminhos de definições .
  
Será arte?

  Alberto Pimenta compara um bom livro a um vaso de ouro que contém alimento para o espírito que tem fome e sede de verdade. Uma escultura pode ter o mesmo efeito . – Porquê? O que é isto? Para que serve? A intenção de atingir o infinito, falar com os deuses, interrogar, ainda que não tenha sido construída a pensar naqueles que se interrogarão.
 Mesmo em peças meramente funcionais não incorpora o artesão, o criativo, elementos escolhidos por ele, pelo seu modo individual de olhar e sentir?

 O meu amigo Eduardo, que fará brevemente 80 anos, mandou abrir no muro do quintal um desenho por onde a lua perpassa a horas e dias certos. Poético, não acham? Será arte?


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