Estas pedras podiam ter sido colocadas aqui de outra maneira.
O grupo escultórico pressupõe uma escolha de quem as alinhou? Contém ou não uma
intenção?
Para onde a Mapa nos leva nunca se sabe – a vantagem do improviso, de não se saber bem ao
que se vai em cada tertúlia de quinta-feira.
Ontem, depois de textos de Alberto Pimenta e de Pedro Castro Henriques, com pausas
musicais de João Paulo Oliveira, o Luís festejou - Praça do Império, obrigada,
Luís!
Palavra puxa palavra, já que estávamos em África, a discussão
foi alimentando a noite, sobre o Império, colonialismos . Nomeadamente a arte africana – segunda grande paixão de um dos presentes, o
Carlos, que se diz ajuntador e não coleccionador. Arte, a velha questão. – O
que é que define um objecto artístico? Olhámos os quadros expostos na parede de
Carmo Romão, mais uma vez não consegui tirar os olhos de um deles – a rapariga
das tranças – pelo qual sinto uma atracção fatal e que terá sido executado por
um dos alunos da Mapa. Entretanto a conversa ia animando por caminhos de
definições .
Será arte?
Alberto Pimenta compara um bom livro a um vaso
de ouro que contém alimento para o espírito que tem fome e sede de verdade. Uma
escultura pode ter o mesmo efeito . – Porquê? O que é isto? Para que serve? A
intenção de atingir o infinito, falar com os deuses, interrogar, ainda que não
tenha sido construída a pensar naqueles que se interrogarão.
Mesmo em peças
meramente funcionais não incorpora o artesão, o criativo, elementos escolhidos
por ele, pelo seu modo individual de olhar e sentir?
O meu amigo Eduardo, que
fará brevemente 80 anos, mandou abrir no muro do quintal um desenho por onde a
lua perpassa a horas e dias certos. Poético, não acham? Será arte?
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