25 de janeiro de 2014 , vou
celebrar uma utopia; para isso socorro-me da sensibilidade performativa do meu amigo mané, por exemplo, com o bruno, o
marco, a rita , e as outras todas, A Mandrágora em peso.
Estamos no chiado , do lado de lá do Fernando
Pessoa, ao colo de quem a Rita se senta e com quem troca segredos e lambidelas
de orelhas, o homem não sabe onde se há-de meter, claro, nem era de esperar
outra coisa, mas já estamos habituados às desgraças de Rita.
Pois, mesmo em frente , onde era
e será sempre o Paris em Lisboa, ainda que, lá estamos nós . Eu , a rainha
santa isabel, hoje é o dia dela, faz de conta, que é sempre o dia de qualquer
coisa, eu estou de coroa e de manto cor- de rosa, que frio, o mané , não passa
do dom dinis, nada traz no seu regaço. Não sei se é do meu olhar de esperança,
se de um inusitado volume perto do meu
estômago, sua majestade desconfia, os
maridos têm destas coisas, e faz a pergunta sacramental – Que ocultais com
tanto zelo no vosso excelso colo? – São
cravos, meu senhor.
O milagre documentado em todos os
livros de história , esse mesmo.
Do meu regaço caem milhares de cravos
vermelhos e frescos. Carnudos, como se fossem fruta. Espalham-se pela rua Garrett
abaixo, até lá mesmo ao fundo, um mar de cravos a querer invadir o centro
comercial, a descer as escadas rolantes pela fnac adentro.
E eu que me preparava para vender
mais um livrito, a preço de saldo , que isto a vida está muito má e há que
fazer marketing ,se vivesse disto já tinha morrido à fome, não era bem este o
assunto da conversa, mas aqui fica mais uma contradição.
Porque hoje é 25 de janeiro e me apetecem cravos em Janeiro.
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