Enganar o próximo, ser
desonesto, a crise e a desonestidade.
Vários possíveis títulos ou chavões que podiam vender bem mas nada acrescentariam.
Se quem é sincero não engana e se
leio escritas autênticas não me considero enganada. Caso o fosse , preferia continuar a sê-lo a favor do gosto
que me dava ser enganada. Ser enganada na medida das suas vontades, faz da
mulher enganada mais esperta do que a simplesmente enganada.
Pois tenho amigos que acham que
no processo criativo entram enganos doutro tipo, uma esperteza saloia tipo copy paste. Oiço até falar em ghostwriters, mas esses não fingem, não
possuem essa habilidade, escrevem pelos outros, principalmente pelas
celebridades . E vendem.
Sim, há pessoas que não escrevem,
são fábricas de livros, a quem mandam pesquisar , escrever e “arranjar” texto ,
quase multinacionais da expressão em série.
Acredito que, até essas, tenham muita coisa no arquivo da memória, que
muitas vezes lhes sai, como as palavras que aprendemos em pequenos e que não
fomos nós que as inventámos.
Muito mais difícil que a gesta que
levou os portugueses à índia , é fazê-los empreender a viagem dentro deles
próprios , a viagem que verdadeiramente importaria fazer em qualquer altura. Se
somos capazes de grandes feitos porque temos tanto medo dos nossos percursos
interiores? Dos nossos precipícios de mares ao fundo, mares de redemoinhos e
tempestades? Falta-nos um Dom Quixote, dizia o orador da RTP 2, numa reportagem
sobre o Zé Povinho.
E o que terá esta questão que ver com literatura? Só isto – quem não for capaz
de escolher esse caminho de moinhos de vento nunca passará de um ghostwriter.
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