Visto-me de branco
e saio
volto a casa de todas as cores
sou encantada por todos os sons
risos de crianças , de pássaros,chilrear de águas correntes
sobre as pedras.
Luz branca , luz colorida, luz entre as coisas, entre nós e
o céu, luz, contra-luz, jogam e brincam connosco. Por isso se ri a criança, entra no jogo e diverte-se,participa e constrói esta espécie
de milagre que é estar vivo entre os mortais.
Que interessa aos
poetas estarem vivos nas palavras e nas belas pedras que construímos para eles.
A eles interessou-lhes terem vivido os momentos, absorvido as pequenas
centelhas, os brilhos que trocamos uns
com os outros, os que se tocam, os que têm a sorte de, como nós, se conseguir
tocar. Tocou-me hoje a gargalhada do que
ainda não aprendeu a falar, o seu rir e
o seu olhar, o seu olhar vitorioso, para mim e para a mulher que o acompanha. Ele , pequeno ser de religação de estes outros elementos do seu universo,
reuniu no seu riso, o nosso olhar
cúmplice,recebemos a sua luz, e distribuimo-la, pelo brilho da água ,pelos contrastes lúdicos nas pedras , pelos sons , ora
rumores, ora cascatas de riso,de fragores húmidos nas pedras que ali se reuniram por acaso.
No parque .
Que sortes, que acasos , que movimentos de massas humanas,
de terras, de solos, nos reuniram fizeram encontrar.nos, logo nós, aqui.
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