outubro 28, 2014

Tim Parks , Escrever para Vencer



 Porque temos esta reverência acrítica pelo escritor publicado?
 Porque é que o simples facto de alguém , alguém  a quem não se dava especial importância, "publicar",   o coloca num lugar de destaque e passa a ser   considerado  um repositório  especial  para o conhecimento da natureza humana? E que efeito tem esta mudança de atitude – da indiferença à reverência –  no trabalho do autor e na literatura de ficção em particular?


E Vince comenta -  Where you been Tim? The Warholization of the culture has been going on for fifty years. Perhaps you've been isolated in your bookish ivory tower.
If so, you need to get out some and take a look around. The cult of personality is running strong in all areas, and in most cases (once in a great while a real talent slips through) creativity, ability, integrity and their work have absolutely nothing to do with the fame bestowed on modern pop icons, regardless of the field, whether it is in the arts, politics, business, etc. Value and success are determined by the weight and length of one's resume, and for that promotion is the key. The well-advertised product will be the "winner", while the less well-advertised product will be the "loser." The brainwashed masses can't tell the difference and will buy what they are told. This is how capitalism works.







A propósito de vencedores, lembrei-me do pregão- And the winner is….!

Uma curiosidade: de 1901 até hoje foram distribuídos 109 prémios Nobel. Autores de  língua Inglesa e  Francesa entre os mais premiados ( 30+16) , ocupando a França e os Estados Unidos o 1º e 2º lugares. Entre todos os prémios distribuídos, apenas a 12 autores do sexo feminino foi concedida tal honra, entre elas Toni Morrisson , a única  laureada afro-americana que encontro.
 
 Porque  terá Amantine Lucile Aurore escolhido o pseudónimo Jules Sand para assinar os seus artigos de Le Figaro (1832) e George Sand para os romances ? 

Não, não foi por causa do Nobel que só apareceu um século depois… 

A história de   Mary Ann Evans  ( 1819- 80) é semelhante -  escolheu um nome masculino – George Eliot-  « to ensure her works would be taken seriously».

A vida das mulheres não tem sido fácil-- amadas , desde que não ultrapassem uma certa leveza de espírito , infantilizadas, numa palermice que ainda hoje cultivam , muito tempo  depois de a coqueterie se ter tornado démodée.





 

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