março 21, 2014

do silêncio, dos poetas e de António Carlos Cortez



Preocupa-me o silêncio. A pausa no discurso oral, escrito, musical. O silêncio significativo de uma birra de criança, do tempo em que se intui ser o silêncio muito mais pesado que a palavra, a birra. Sei do silêncio da música, que pode ser insuportável ou o inevitável freeze depois do choque. O silêncio do actor, microssegundos de espera que acrescentam a intensidade da catarse, o rir ou o chorar do espectador. Sei do silêncio pesado das palavras, a intermitência, a paragem, a incerteza, a ruptura, os pontos finais, as vírgulas, a  interrogação. 


Mas não há como os poetas para gerir tão bem estes silêncios.








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