maio 20, 2013

blogofriends



 Nem todos nasceram com um PC à cabeceira. A primeira vez que mencionaram estas maravilhosas máquinas à minha frente referiam-se a enormes caixas de metal que ocupavam as casas até ao tecto – ali estavam elas.

Nunca me dei bem com maquinismos, botões, interruptores. Não gostam de mim e também não morro de amor por eles.

Não sei se foi o dever ou a teimosia que me levaram a aceitar o inevitável, a optar por utensílios para além da caneta ou da velha máquina de escrever de que me servia, mal, para escrever textos em stencil que tinha que apresentar aos alunos em terra de poucos livros. 

Quando comecei este blogue, bem me lembro das dificuldades que me vi forçada a ultrapassar.
Mas como com todas as coisas difíceis, congratulo-me por as ter suportado, adoptado, ultrapassado, mesmo essa resistência afectiva – não entendia a gente que até para a praia levava os últimos gritos da tecnologia, para quê, se a mim me bastava a música das ondas.

Estas vivências online encerram qualquer coisa de contraditório. Lado a lado com traços bem individualistas deste nosso “desenvolvimento” humano, prevalecem formas grupais de encontro – reunimo-nos em blogues, em redes sociais, entre amigos conhecidos ou  desconhecidos que escolhemos como companheiros. Contactos virtuais que vamos abandonando ou aprofundando consoante aquilo que aparentemente mais nos aproxima, hobbies, políticas, formas de arte.

 Conversas de café, com mais ou menos sumo, para todos os gostos. A verdade é que não há assim uma tão grande diferença entre estes e os antigos grupos do café gelo, da brasileira, das tertúlias do vává, do riviera, das conversas em surdina no ruacaná, ou n’o meu café, a que não era preciso jurar qualquer fidelidade, bastava mudar de mesa.  

E a distância, essa desapareceu,saltito por Alvalade, vou até à  Baixa ou a Campo de Ourique,  sento-me com gente no Continental ou no Núcleo de Arte, para lá do Cabo das Tormentas, à beira do Índico. 

Ressuscitando a célebre frase de antigamente que a entoação de Fernando Peça celebrizou – E esta, hem?

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