Um bairro da Lisboa antiga onde hoje se
cruzam os velhos e os novíssimos problemas do nosso tempo. Lisboa, a que já não
é apenas a calçada que subíamos de manhã cedo, o mercado aonde se comprava uma
maçã vermelha que se mordiscava até à rua dos caetanos, as mulheres que ainda, ou já àquela hora se vendiam pelas esquinas. Lisboa já não é só das
peixeiras, das mulheres da praça, das prostitutas encartadas.
Por essas esquinas se vendem todas as ilusões,
nocturnas e diurnas, em pastilhas ou em pós, a copo ou em cálice. O comércio é
democrático. Pró menino e prá menina, homens e mulheres, novos e velhos de
todas as cores.
Para quem precisa esquecer, por umas horas, por minutos, o tormento de muitos dia-a-dia.
Lisboa é cada vez mais A Travessa da Abençoada.
Sem comentários:
Enviar um comentário