outubro 05, 2011

a república de teixeira gomes

Este 5 de Outubro encontrou-me a ler Teixeira Gomes, por quem me tinha apaixonado nos tempos de estudante.   Impossível não ficarmos  presos  à forma como  vivemos ,com David Mourão Ferreira, Gente Singular.

Desta vez descobri  nos saldos da Bertrand as Novelas Eróticas. Tanto quanto podiam ser eróticas  em 1935, estas  histórias de encontros ,apetecia dizer affaires, entre o autor, o gentleman que sempre imaginámos e belas  mulheres escaldantes.

 Era bem capaz de , à maneira de Woody Allen  em Paris, partir  para uma nostálgica viagem,  por uma Lisboa dos anos loucos de novecentos    e   conversar  com este presidente, e  viver com ele  essa curta utopia. Em Dezembro de  1925,  se ele me convidasse ,  não hesitaria  em embarcar no tal paquete Holandês , rumo  à Argélia.

Como encontrei aqui" Manuel Teixeira Gomes
 todas as noites jogava às cartas com o seu secretário. Quanto a mim acho-o um Corto Maltese (com mais uns anos) que passa pelo Palácio de Belém até concluir que uma tarefa não era para ele." Diria "A política longe de me oferecer encantos ou compensações converteu-se para mim, talvez por exagerada sensibilidade minha, num sacrifício inglório.

Dia a dia, vejo desfolhar, de uma imaginária jarra de cristal, as minhas ilusões políticas. Sinto uma necessidade porventura fisiológica, de voltar às minhas preferências, às minhas cadeiras e aos meus livros. (Do Prefácio do livro de Joaquim António Nunes "Da Vida e da Obra de Teixeira", 1976)

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