Este 5 de Outubro encontrou-me a ler Teixeira Gomes, por quem me tinha apaixonado nos tempos de estudante. Impossível não ficarmos presos à forma como vivemos ,com David Mourão Ferreira, Gente Singular.
Desta vez descobri nos saldos da Bertrand as Novelas Eróticas. Tanto quanto podiam ser eróticas em 1935, estas histórias de encontros ,apetecia dizer affaires, entre o autor, o gentleman que sempre imaginámos e belas mulheres escaldantes.
Era bem capaz de , à maneira de Woody Allen em Paris, partir para uma nostálgica viagem, por uma Lisboa dos anos loucos de novecentos e conversar com este presidente, e viver com ele essa curta utopia. Em Dezembro de 1925, se ele me convidasse , não hesitaria em embarcar no tal paquete Holandês , rumo à Argélia.
Como encontrei aqui" Manuel Teixeira Gomes
todas as noites jogava às cartas com o seu secretário. Quanto a mim acho-o um Corto Maltese (com mais uns anos) que passa pelo Palácio de Belém até concluir que uma tarefa não era para ele." Diria "A política longe de me oferecer encantos ou compensações converteu-se para mim, talvez por exagerada sensibilidade minha, num sacrifício inglório.
Dia a dia, vejo desfolhar, de uma imaginária jarra de cristal, as minhas ilusões políticas. Sinto uma necessidade porventura fisiológica, de voltar às minhas preferências, às minhas cadeiras e aos meus livros. (Do Prefácio do livro de Joaquim António Nunes "Da Vida e da Obra de Teixeira", 1976)
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