março 05, 2016

mulher


Ser mulher é a coisa mais bonita que se pode ser.




De há 22000 anos para cá bem podíamos estar um bocadinho mais à frente - termos um lugar igual a outros seres, não separados por género – como se não houvesse um dia das aves , mas apenas o dia da galinha.
 Até ver, todos os dias são nossos , das árvores, dos animais, das plantas.
 Também há o dia de finados- nem se sabe bem porquê, já pouco podemos fazer por eles, da terra não se levantam.
Ainda se percebe o dia da Solidariedade com os Povos em Luta contra o Racismo, ou o dia dos Povos Sem Governo Próprio. É muito capaz de haver menos povos sem governo próprio do que mulheres com governo próprio…
Existe o dia do Mar, da Floresta Tropical, do Desarmamento (de quem?) e o dia Mundial dos Animais.

Será o cérebro humano tão frágil que tenha de inventar estes lembretes, para que, pelo menos uma vez por ano, recupere questões deste tipo?  Ou tudo não passa de uma hipocrisia pegada a necessitar de corações reciclados?
  Não tenho nada contra cães nem gatos. Por que não festejar o dia do bicho? – nesta generalidade cabia de certeza a mulher.

Lembro-me do tempo em que o trabalho feminino era pago a preço inferior ao dos homens, não apenas nas ceifas e na apanha do tomate. Profissões consideradas «femininas» cresceram à sombra de salários miseráveis. Tudo o que se referisse a trabalho com crianças ou adolescentes era desqualificado. E quando os homens perdiam a vergonha e apareciam a ser professores , por exemplo,  as mulheres eram preteridas – uma classificação superior não contava, caso a mulher fosse a concurso  com um «chefe de família».

Enquanto não tiver a certeza de que isto não volta a acontecer, vou percorrendo o caminho de muitas contradições –  lutar por um futuro sem efemérides e  comemorar o Dia da Mulher.

 – Para todos, bom dia do monstro !




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