No
entiendo, no entiendo, no te conviene, no te conviene, respondiam as madres,
tínhamos nós 7 ou 8 anos e procurávamos desculpas para o que não queríamos
perceber.
Quando me convenci que posições deste tipo
eram as tais que chegavam ao ponto de provocar mortos e feridos, a minha Prof.
de português já tinha desistido de me tentar convencer que a guerra podia ser
uma coisa estética – só se for vista de outro planeta, pensava eu -.
Acreditei
durante algum tempo ser a comunicação a chave de todas as pazes.
Bem
se vê que não, que por mais cimeiras, conferências, encontros inventados pelos homens , as guerras nunca acabarão. Os biólogos encontram uma explicação, os linguistas
outra, os sociólogos e os historiadores lá terão a sua, o Nuno Crato ou o Gonçalo Tavares, serão até capazes de encontra a tal fórmula que o explica.
Podemos
sempre procurar culpados - os gorilas,os padres,hitler, babel...
Terá
sido o ponto de vista de mim mesmo, ser eu o centro do mundo o que terá dado
cabo deste mesmo mundo?
Esta
posição estratégica, egoísta, egocêntrica e muito esperta quando o nosso
interesse é fazer calar o outro, cortar a comunicação?
Mas
nem são precisas frases. Basta enunciar palavras, fazer uma lista.
50 pessoas armazenadas
casas de banho improvisadas
afro descendentes
guiné-bissau
conakri
corrente eléctrica curta
comer nos joelhos e à luz da pilha
cidadãos de segunda
famílias
para alimentar
E
toda a gente percebe.
Empresas
grandes e poderosas compram a intermediários o trabalho de trabalhadores que
prescindem dos seus direitos para poder dar de comer aos filhos.
A
comunicação existiu? Falta a paz.
Sem comentários:
Enviar um comentário