junho 14, 2012

voar com saramago


Ainda bem que existe gente que se lembra de pintar as palavras e aos tons de cinzento acrescentar-lhes a fúria e a raiva das paixões, a música das sinfonias.

  “Alguma  coisa podia talvez suceder no mundo/antes do triunfo final da peste nem que fosse uma/ peste maior “ (…) *

Se a bíblia posso ler como um poema, há poemas que me apetecem como uma bíblia. E é esta liberdade que a literatura me dá, de me servirem as palavras como uma capa ou como umas asas, consoante a necessidade do momento, que me faz correr para ela, agora e sempre.

Nesta crise intermitente que é viver, quem é que resiste a ter um coio, uma gruta ou a sombra de uma árvore onde se não ouve o barulho do mundo?

 “Ali estão pois na praça angustiados e em silêncio/à espera”(…)*

 O voo adiado. Até quando?

in, saramago, o ano de 1993*


3 comentários:

  1. Obrigada pelo "like" .Continua sorrindo e escrevendo "lo que te der la gana", que o fazes muy bien.

    See u!

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  2. É, precisamos todos de um ninho onde arribar para nos recompor!

    A literatura é talvez o melhor, na expressão subjectiva do pensamento, ilimitada e tão diversa, podemos ser o que queremos.

    Ser tudo e/ou nada é sem dúvida a forma suprema da liberdade individual e da pacificação interior.

    Peace man

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