setembro 15, 2013

cada vez mais noite



Cada vez mais noite quando acordas neste setembro a fingir de pino de verão. Do sono irrequieto em que abraças gente que há muito não vês, e não sabes, do abraço, se é de chegada ou de partida.


 Lá longe , alguém que te faz falta, um recém-nascido  abandonado, a criança pequena a ser tratada na inevitabilidade de um destino – se ficas tratam de ti, se te levo comigo  ainda morres. Estás a pensar no manuscrito, mas é o olhar do médico que não te larga, os olhos verde- escuro cor de musgo, e tu a olhares para esses olhos, a tentar ver o futuro, e os olhos dele cheios de água, sem coragem para to explicar.


E ficou, o texto ficou , à porta de algum convento que não conheces, nalguma caixa de correio sobrelotada, mas entre deixar-te partir ou ficares em casa, preso e sem tratamento, que podia eu fazer por ti?


              maria joão carrilho

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