fevereiro 05, 2013

mar azul sem música céu azul




Hoje é daqueles dias em que o céu azul brilha lá fora e cá dentro as nuvens carregam de chumbo, só falta começarem a chover lágrimas de desenhos animados que se juntem num rio que leve tudo à frente. O tal rio que tudo arrasta, és meu amigo Berthold?

Na blogosfera tudo é pouco importante. Tudo não passa de curtos textos, que quem quer escreve e quem quer lê. Quem escreve disponibiliza e quem lê disponibiliza-se. Não deixa de ser bonita, louvável, esta atitude, tão rara entre pessoas. Estas salas virtuais que visitamos não nos obrigam a nada. Entramos, sentamo-nos, ou não, ou só espreitamos os títulos. Podemos falar ou ficar caladinhos no nosso canto,  sem trair o que se sente num olhar de reprovação, ou de paixão. 

É uma vida de mecanismos, a vida que imagino para os cibernautas, rodeados de bits e de bites, em clareiras a que acedem atravessando círculos de máquinas, máquinas de lavar loiça, roupa, automóveis, eléctricos, bimbies gigantescas, fritadeiras, helicópteros e bicicletas, máquinas de som, numa floresta de neons.

Cá eu gosto de aqui vir, à blogosfera. Mas tenho que os avisar, meus caros, odeio blogues com música ambiente, claro que gosto de música, mas se abro uma das vossas páginas e sou obrigada a escutar um som que nada me diz, retiro-me pois claro, e às vezes até gostaria de lá ter ficado mais um bocadinho, estava a gostar da conversa. Do mesmo modo, os labirintos me dificultam a vida, eu explico, abre-se uma página que remete para posts do passado e do futuro, que deveriam abrir ao segundo de um clique, mas não, parece que a internet deles é mesmo um caminho longo, será por estarem em África? E pronto, lá vou eu para nenhures, em vez de ficar a saber como é que vocês andam, por aí.

Afinal o azul deste Fevereiro não desistiu, acaba de entrar aqui na sala.

‘Tá-se bem, no éter.

1 comentário:

  1. Tá-se bem aqui. Os neons passam a uma meia-luz amarelo torrado e a única banda sonora é a nossa voz de leitura.

    ResponderEliminar