março 12, 2012

Quilhosa Balsas, uma cantiga de escárnio.

 Que somos um país de poetas, já o sabíamos. Que nos momentos de crise há em todos nós um manancial de escárnio nada desprezivel, também. É  o caso deste nosso Quilhosa Balsas a quem ousaria incluir no lote daqueles a quem a desgraça faz rir, continuadores de Fernando Esquio e outros que podem ouvir aqui.





 HÁ QUE DIMINUIR A POPULAÇÃO


Todo o português
que tem amor à sua terra
quando enterra
não molhe a terra.
A guerra
na nossa terra
é – não ter filhos
nem sarilhos.
Para não molhar a terra
há muita maneira que emperra
tal decisão.
Quando chega a chuva
um guarda chuva
cobre a erupção.
Guarda chuva bem colocado,
e não furado,
é êxito assegurado.
Há outras variantes
conhecidas pelos amantes.
A coberto destas variáveis
o mais importante
é não aumentar a população.
Está numa população menor
a tábua da nossa de salvação.
 
Senão vejamos
- menos gente a reclamar
menos gente a chorar
menos coisas a importar
menos gente nos serviços sociais
menos gente nos hospitais
menos gente a espiar
menos televisão no ar
menos gente a comentar
menos deputados a aturar
menos ministros a errar
menos conversas de embalar
menos gripe para curar
menos caspa para limpar
menos gente a enterrar
menos gente a mamar.

mas o melhor mesmo é não molhar
a terra
quando enterra!...
Faça tudo para não criar.
Muito cuidadinho ao soltar!!!

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