Os puristas não gostam muito . Mas pimp ( Pessoa que explora prostitutas ou prostituto) é a melhor palavra para nomear este tipo de gente, independentemente do género. São homens ou mulheres e andam por aí, por esse mundo fora,também pelos caminhos desta nossa europa tão civilizada.
Aos traficantes destes novos(?) escravos , dedica a autora esta história.
A princípio não sabia bem como havia de dormir com um homem que lhe fazia a vida negra. Mas do mesmo modo que aprendera a falar e a andar, foi percebendo como se comportar .Contudo havia noites em que se sentia trespassada e sangrava, sangrava muito.Já que não podia chorar.
Habituou-se àquele universo de sangue que lhe escorria até aos pés, e às vezes vomitava.Começava então a sangrar pelo nariz, pelos ouvidos, pelos olhos, sangue vermelho como o dos touros dos toureiros.Ninguém se apercebeu de como ia ficando cada dia mais branca, comida por dentro, transparente. Quando quase deixava de sangrar, fazia-lhe falta.
Uma noite, arrastou-se até à cozinha, encontrou um copo que mordeu, passou a língua pelo céu da boca ,três gotinhas. Subiu a escada com o copo partido na mão, e quiz que nenhuma vida existisse mais negra nunca mais.
Atordoada, abriu lentamente a porta do quarto, sentia-se debaixo de água, encolheu os joelhos e deitou-se de lado. Foi-se golpeando no escuro e ao vulto adormecido a seu lado. A cama era um lago de sangue e nada era negro, a claridade da morte iluminava a madrugada.
maria joão carrilho
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Sou mesmo filha da minha mãe.
ResponderEliminarBolas!! Não sei o que aconteceu em Israel, mas não preciso saber pormenores para me condoer também, por aí, o banho de sangue continua. A esta hora, ler isto, é um urro no estômago!.Beijo
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