abril 14, 2012

opus dei, maçonaria e outras tribos


Quando começámos a crescer e demos por nós a pensar que “ a família não dura sempre” e que “eles não nos compreendem” inventámos os grupos. Não existimos sem o grupo.  O grupo não existe sem o símbolo. Aos 11 anos a nossa identidade dependeu de uma espécie de farda desenhada pelo bando de meninas –torturámos as mães para que nos arranjassem saias de ganga , bem mais atrevidas que os desditosos lacinhos cor-de -rosa colados na bata do liceu Maria Amália, passado um ano . Felizmente crescemos.

 Mais tarde, acreditando que unidos venceríamos também fomos em grupos. Um pouco como o woody allen , que diz que o pior que podia acontecer a um grupo era tê-lo a ele como membro ,lembram-se? tive de me render à evidência – não tinha fé , não acreditava.

Muitos dos meus amigos utilizam a pertença  a uma tribo como  truque  para não ficar parado, ter um papel activo na sociedade, poder mudar o mundo, arranjar emprego , oportunidade de negócios. Há quem tenha escolhido a maçonaria,  o opus dei, partidos políticos, clubes de futebol, uma qualquer igreja -  já  na catequese tinha tido a infeliz impressão que aquilo se tratava de um grupo mal frequentado, mais uma clique  aonde o aparente se sobrepunha ao essencial.

Fazendo um balanço da minha vida, tenho de admitir que o grupo a que consegui ser,  intermitentemente, mais fiel  tem sido o dos fumadores.  Quando inventaram as salas de fumadores , era aí que eu queria estar. Os fumadores eram quase sempre gente com quem se podia falar, discutir ideias  e rir de nós próprios.

Imagino-me numa solidão de netos e sobrinhos netos , a fumar aqui por casa, aonde eles não virão, por preferirem a poluição da cidade, dos automóveis , de tudo o que é legal.

Hoje arrependo-me de não me ter rendido a drogas ilegais, daquelas que se podem usar sem incomodar ninguém, sem poluir o ambiente, dar cabo da saúde dos nossos concidadãos. 

Mas vamos sempre a tempo. N’é?

2 comentários:

  1. Surpreendente cara Joana, most amazing, como dizem os franceses!
    Sinto-me inclinado a estar muito de acordo, o que também é surpreendente...não acha?

    Nessa parte das drogas, que ainda vai a tempo,blá blá blá... pense melhor!É que se calhar já andamos todos perdidamente janados, sem sequer nos apercebermos, tal é a potencia e a eficácia da coisa!

    Blá blá blá

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  2. Bom.. as únicas drogas que não incomodam ninguém (com o fumo) são as injectáveis ou os comprimidos... e isso parece-me tudo extremamente desagradável, e até dispensável para quem já vive num reino à parte dos demais, como é o caso! *

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