julho 25, 2011

eles aí estão, o bem e o mal


Fim de semana muito perto de  ruy belo “hei-de levar-te filha a conhecer a neve “,  Poema para  a Catarina em despeço-me da terra da alegria, falamos da vida do poeta  que visitamos com a ajuda das fotografias do filho , Duarte. Quais as palavras certas para criar seres humanos bonitos? Ninguém parece ter descoberto o segredo. Nenhuma receita para neles crescer este    olhar  sobre a realidade e não outro.
 
Contudo há poetas que descobrem a bondade .

 A mim não me esquecem versos como “e a voz de uma ave oculta em laranjeiras/ pode subitamente provocar o pranto”. Também , “ a morte é uma coisa que se vê”,se me  pega à pele.Ruy Belo, claro.

Acordo na segunda feira com Musil. Bem acompanhada, portanto. A um sentido de realidade acrescenta ele a inevitabilidade de um sentido de possibilidade, “ aquela capacidade de pensar tudo aquilo que também poderia ser e de não dar mais importância àquilo que é do  que ao que não é”.Leio n’ o homem sem qualidades o mundo em que me sinto bem. Por via desse mundo,  benevolamente me acusam de pertencer aos  que acreditam que tudo é possível. O mundo dos “visionários, sonhadores ,fracos”, que deve ser contrariado à nascença, observa Musil, o autor da suprema ironia.

Acena-me a crua realidade de um monstro loiro como um anjo , educado numa sociedade perfeita, onde dizem que são as pessoas perfeitamente felizes. Este religioso, ao que parece, desenterra ideias velhas, decrépitas ideias xenófobas e destrutivas. Uma sociedade feliz? Devíamos talvez repensar a felicidade.E a palavra certa para lá chegar. Não só na Noruega. Mesmo por aqui, nós, os pobres periféricos latinos.


 

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