janeiro 10, 2014

O Lobo de Wall Street





Hoje encontrei a Rita. A minha jovem amiga vinha a sair do cinema – tinha acabado de ver esse filme sobre Wall Street, essa bela e inquietante metáfora sobre o mundo de hoje. Aquilo sobre o qual já tantas vezes tínhamos falado, ali, com as cores brilhantes de Scorsese, cores violentas da comédia humana dos nossos dias, uma comédia negra, constatámos. O poder do dinheiro, esse enorme deus adorado por todos, perante o qual todas as éticas e qualquer sentimento mais humano se ajoelham, para satisfazer o vácuo, o vazio prazer do consumo, de tudo consumir e possuir, fabricando ilusões que nos hão-de devorar em lutas fratricidas, guerras mais terroristas que nunca.
Depois da bica e do pastel de nata, para acalmar, falamos de mais uma fabulosa interpretação de Leonardo Dicaprio, aquele miúdo que há uns anos era só bonitinho, de Jonah Hill, Margot Robbie, a Rita sabe o nome deles todos. 

Quando nos separamos, diz a Rita, sabes, ando a pensar mudar de sítio. E vais para onde? Vou viver para um sítio chamado Macroeconomia, que lá é que se está bem, dizem eles.

E eu , no meu passeio imaginário pelo parque das perdizes , senti-me de repente a trautear Zeca Afonso , rodeada dos vampiros do universo todo.

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