fevereiro 25, 2012

penso, logo ...?


Quantas vezes pensamos descobrir a pólvora. E no fim de contas o nosso discurso não terá passado do inevitável conjunto de palavras que substanciam uma ideia mil vezes experimentada. Somos aquele grande animal vivo que respira em uníssono no mundo inteiro, uma ínfima parte de um máximo todo. O mundo inteiro – conhecido e desconhecido, não só toda a terra , a lua , as estrelas e os astros , o todo que nem nos é dado imaginar. E aquilo que eu penso, penso, logo crio, não é mais do que um sopro dessa enorme respiração.

 Sou uma parte de um todo ou um simples bafo desse todo que não  se pronunciaria jamais sem tudo o que o rodeia, mesmo não o olhando, pressentindo, ou sequer julgando. 

Se estás assim contido nesse todo universal, se não és deus, onde está a tua identidade? Quem és tu? Não passas de um reflexo. Não és mais que uma ilusão, um palhaço de ti próprio.
 
Por isso é tão doce morrer no mar ou deixares que o teu corpo se enterre na terra quente que se abre para ti, no teu útero primordial.

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