abril 10, 2011

sophia e lyon de castro

lyon de castro
lyon de castro
lyon de castro




 Lyon de castro no museu do chiado ,o tempo incerto , a nossa resignação, a desta gente que amamos , um dos poemas da minha vida.




Esta gente

Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco

Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo


 
Sophia de Mello Breyner Andresen,
in "Geografia

2 comentários:

  1. Muito oportuno,o poema!
    Ask what you can do for your country,not what your country can do for you!Mais coisa menos coisa,Jonh F.Kenedy,disse.Disse,mas poucos o ouvem!O momento,a actualidade,é de ponderar no que Kenedy pretendia.
    O que Sofia põe poeticamente,necessita da complementaridade do enunciado de JFK.Um propósito nacional,será ou não uma abstracção,mais um exercício intelectual para o caixote das inutilidades ou não,se a responsabilidade individual e cívica de cada um de nós se traduzir,ou não,em actos concretos,permanentes e sistemáticos,que visem criar,globalmente considerando,condições favoráveis à realização desse propósito.Sumariamente,eu,você,o vizinho,temos a obrigação ética, moral e cívica,de através das nossas acções,desde as mais comezinhas, de comprar fruta ou detergente,às mais elaboradas,de comprar carro ou casa,ter em conta as mais valias para o TODO NACIONAL.A partir daqui,é que cada um fica habilitado ao exercício livre e responsável do DIREITO de se exercer DEMOCRATICAMENTE.Quero com isto dizer que,só tenho o DIREITO A,se cumprir com o meu DEVER COM!

    CIDADÃO

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