“ Tive muitas experiências estranhas ao longo dos anos por causa daquela canção, que tem o condão de distinguir a malta fixe dos imbecis e dos anormais. Uma noite em Los Angeles, uma gaja levantou-se no clube onde eu estava a cantar e disse: Billie, porque não cantas aquela canção sexy que te tornou tão conhecida? Sabes, aquela dos corpos nus a balançar nas árvores. Escusado será dizer que não cantei.”
Pediam-lhe que cantasse esta canção, o que preferia evitar ,por nunca ter a certeza de poder controlar os acontecimentos que se seguiam. Em Miami acedeu a cantar Strange Fruit, depois da insistência, de dias seguidos, de um espectador. “ Quando cheguei à última frase da canção estava com a voz forte e zangada que não sentia há meses. “ Quando cantei, for the Sun to rot, seguido de um comentário do piano, for the wind to suck, agarrei-me a essas palavras como nunca o tinha feito antes. Estava a atacar o público violentamente, mas nunca tive tantos aplausos na vida.”
Billie Holiday, Lady Sings The Blues, Antígona
Leiam-lhe a história, mas ,principalmente, oiçam-lhe a música.
http://www.dailymotion.com/video/xjj7m_billieholidaystrangefruit1939_music
Strange Fruit
Southern trees bear a strange fruit
Blood on the leaves and blood at the root
Black bodies swingin' in the southern breeze
Strange fruit hangin' from the poplar trees
Pastoral scene of the gallant south
The bulging eyes and the twisted mouth
Scent of magnolia, sweet and fresh
Then the sudden smell of burnin' flesh
Here is a fruit for the crows to pluck
For the rain to gather, for the wind to suck
For the sun to rot, for the tree to drop
Here is a strange and bitter crop
Abel Meeropol, (1903-86) escritor e letrista, mais conhecido por Lewis Adam.
http://en.wikipedia.org/wiki/Abel_Meeropol
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