maio 23, 2016

Vergílio Ferreira, escrevo para ser


O Caso do Sonâmbulo Chupista,  folheto distribuído  por Luiz Pacheco nos anos 70 denunciando o plágio de Fernando Namora em Domingo à Tarde (1971).  LP fundamenta a acusação cotejando textos de ambos os autores. 


Escrevo para ser, escrevo para segurar nas mãos inábeis o que fulgurou e morreu.
Vergílio Ferreira 

(...)   enquanto escrevo para segurar as horas esquivas do que fulgurou para se consumir...
Fernando Namora

 Aqui se diz que FN teria plagiado um trabalho de VF para assim conseguir  determinado prémio. Tudo levava a crer que sim - ao que parece os membros do júri teriam sido escolhidos tendo em conta essa vocação. . Mas diz-se tanta coisa...

Quer um quer outro, apenas conheço dos livros, que é a melhor maneira de nos relacionarmos com quem escreve. Com a  obra de Vergílio Ferreira me fui amigando de forma  repetida e compulsiva.Voltava muitas vezes lá.  Não , não era meu amigo pessoal, mas sentia-me perto dele, tanto quanto nos aproximamos de alguém que gostamos de ler. 
VF e aquele ar atormentado de alguns serranos.

 Quantas vezes já lhe aconteceu terem as palavras de alguém ficado presas, guardadinhas nos meandros do coração ou da mente? Pode ter sido o pecado de Fernando Namora.

 De  Luiz Pacheco,  corrosivo e provocador, guardo palavras que nos confortam  quando a  alma começa a tresler, a ser e não ser -  o que se é e o seu contrário. Como as que encontrei aqui, em Namorados, de Luiz Pacheco -  pés de sereia , pés de virgem, pés de deusa brinca-brincando na areia, patitas de centopeia.

Devem estar pr'aí a pensar,  esta gosta de todo tipo de gente. É quase verdade. 


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