julho 15, 2015

Os sons



Os sons 


Um destes dias algum físico, daqueles que traduzem objectivamente um milagre sem se importar de partir corações, um certo vasculhador de livros velhos, talvez, há-de vir lembrar que já os antigos sabiam que das memórias que ficam, é a dos sons a mais veloz a desaparecer. Mas que ele e o seu grupo de investigadores do Universo terão descoberto a solução para acedermos aos sons passados. Muito antes de chegarmos ao tempo em que recuperemos Júlio César ou Napoleão a comandar os seus exércitos, ao vivo e a cores, ouviremos as suas vozes.


E escutaremos vozes de ninar, cantigas de adormecer, risos e gargalhadas muito antigas, do tempo de cada infância. Ouviremos as músicas, os pianos das nossas avós, as harpas, as violas e os batuques.


Eles vão inventar uma máquina que vai ao tempo buscar as palavras, como inventaram a telefonia. Isto pode não acontecer já amanhã.

Mas deixem lá, hoje temos a Antena Um.

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