janeiro 26, 2014

utopias



25 de janeiro de 2014 , vou celebrar uma utopia; para isso socorro-me da  sensibilidade performativa  do meu amigo mané, por exemplo, com o bruno, o marco, a rita , e as outras todas, A Mandrágora em peso.

 Estamos no chiado , do lado de lá do Fernando Pessoa, ao colo de quem a Rita se senta e com quem troca segredos e lambidelas de orelhas, o homem não sabe onde se há-de meter, claro, nem era de esperar outra coisa, mas já estamos habituados às desgraças de Rita.
Pois, mesmo em frente , onde era e será sempre o Paris em Lisboa, ainda que, lá estamos nós . Eu , a rainha santa isabel, hoje é o dia dela, faz de conta, que é sempre o dia de qualquer coisa, eu estou de coroa e de manto cor- de rosa, que frio, o mané , não passa do dom dinis, nada traz no seu regaço. Não sei se é do meu olhar de esperança, se de um inusitado volume perto  do meu estômago, sua majestade desconfia,  os maridos têm destas coisas, e faz a pergunta sacramental – Que ocultais com tanto zelo no vosso  excelso colo?   – São cravos, meu senhor. 

O milagre documentado em todos os livros de história , esse mesmo.

 Do meu regaço caem milhares de cravos vermelhos e frescos. Carnudos, como se fossem fruta. Espalham-se pela rua Garrett abaixo, até lá mesmo ao fundo, um mar de cravos a querer invadir o centro comercial, a descer as escadas rolantes pela fnac adentro.

E eu que me preparava para vender mais um livrito, a preço de saldo , que isto a vida está muito má e há que fazer marketing ,se vivesse disto já tinha morrido à fome, não era bem este o assunto da conversa, mas aqui fica mais uma contradição.

Porque hoje é 25 de janeiro e me apetecem cravos em Janeiro.

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