pobres mulheres da minha terra
sempre à espera
à espera que ele chegue da guerra
ou que suba a escada para o almoço
que à noite se deite na cama
que no chão cresça de novo a erva húmida
que voltem os cansaços
pobres mulheres da minha terra
a olhar a alcatifa podre
e cogumelos no bafio dos cantos
em vez de flores
pobres mulheres da minha terra
sempre à espera
do roçar da chave na porta
pobres mulheres da minha terra
a deixar crescer o olhar morto
a envelhecer o sorriso
de lábios descendentes num rito conformado
pobres mulheres da minha terra
a arrastar crianças pela mão
em choros convulsivos
e elas sem poder
pobres mulheres da minha terra
a dizer sim e a pensar não
a permitir no silêncio
os pequenos ódios do amor
sempre à espera
à espera que ele chegue da guerra
ou que suba a escada para o almoço
que à noite se deite na cama
que no chão cresça de novo a erva húmida
que voltem os cansaços
pobres mulheres da minha terra
a olhar a alcatifa podre
e cogumelos no bafio dos cantos
em vez de flores
pobres mulheres da minha terra
sempre à espera
do roçar da chave na porta
pobres mulheres da minha terra
a deixar crescer o olhar morto
a envelhecer o sorriso
de lábios descendentes num rito conformado
pobres mulheres da minha terra
a arrastar crianças pela mão
em choros convulsivos
e elas sem poder
pobres mulheres da minha terra
a dizer sim e a pensar não
a permitir no silêncio
os pequenos ódios do amor
e no entanto elas morrem
e já não esperam
então por que choram eles?
Bonito e triste. Muito português.
ResponderEliminarChinfrim já o disse!
ResponderEliminarAcrescento...pobres homens da minha terra,etc,etc,etc............................
Pobre homem