setembro 01, 2009

Lorca , a fome e a revolução

Declarações de Lorca a um jornalista de a La Voz, Abril de 1936 (o ano da sua morte) 

  "O mundo está detido ante a fome que assola os povos. Enquanto houver desequilíbrio económico, o mundo não pode pensar. Eu já o tenho visto. Vão dois homens pela margem de um rio. Um é rico e o outro pobre. Um leva a barriga cheia e o outro empesta o ar com os seus bocejos. O rico diz. “ Que linda barca se vê na água! Olhe, olhe para o lírio a florescer na margem!”. E o pobre replica: “ Tenho fome, muita fome!” É natural. No dia em que a fome desapareça do mundo, dar-se-á a explosão espiritual mais retumbante que jamais a Humanidade presenciou. Nunca os homens poderão imaginar a alegria que rebentará no dia da Grande Revolução”.
e o arquitecto de Moçambique


As coincidências que não há – ainda ontem o arquitecto Moçambicano Pancho Guedes explicava que só os poetas são livres, não dependem, no que fazem, de qualquer poder, diferentemente de um funcionário público, um arquitecto, um professor numa escola.
Referir-se-ia provavelmente aos poetas que ainda têm princípios, ou talvez àqueles que não se vendendo a nada, cultivam a arte pela arte, colocando pedra sobre pedra, tom sobre tom, preto no branco, pra desprazer de muitos outros. Mas esta é uma atitude política. Revolucionária, ou não?

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